O primeiro-ministro britânico, David Cameron, defendeu que foi o "colapso moral" que provocou os motins que se prolongaram durante quatro noites em Londres e noutras cidades britânicas..Num artigo publicado no jornal Observer, Tony Blair rejeita esta ideia, sublinhando que a violência não foi provocada pela falência social, mas por uma "juventude alienada".."A chave é perceber que eles não representam a maioria da sociedade", escreve Blair, acrescentando que "a Grã-Bretanha enquanto um todo não está a atravessar um 'declínio moral'".."A verdade é que muitas destas pessoas são de famílias profundamente disfuncionais, que funcionam de forma completamente diferente do resto da sociedade, quer sejam de classe média ou pobres", defende ainda o antigo primeiro-ministro britânico..Tony Blair alerta ainda que dizer que os britânicos estão a atravessar um declínio moral irá deprimi-los e arrasar a sua reputação internacional..Além disso, refere ainda, e "pior que tudo, é que irá fazer com que se perca a oportunidade de lidar com o problema da única forma possível"..Tony Blair abandonou o Governo britânico em 2007 e raramente comenta a política interna..A polícia de Londres anunciou hoje que estão a ser investigados 3.300 crimes na sequência dos desacatos ocorridos na capital britânica no início de Agosto..A Scotland Yard confirmou que 1800 pessoas foram detidas e 1050 foram formalmente acusadas por alegado envolvimento nos distúrbios e roubos verificados no bairro de Tottenham e que, mais tarde, se alastraram por toda a capital e outras cidades inglesas..A maioria dos crimes que estão a ser investigados são roubos, num total de 1102, seguido de estragos em veículos (399), assim como 301 furtos e 162 incêndios.